Atención

Búsqueda avanzada
Buscar en:   Desde:
Feminismo negro e ciberativismo no Brasil
Dulcilei Conceição Lima.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
Ao longo da década de 1990 os feminismos latino-americanos expandiram seu campo de ação abarcando novas arenas culturais, sociais e políticas. Os movimentos se transversalizaram e se estenderam em direção a diferentes esferas, atingindo uma ampla diversidade de classes e movimentos sociais (MATOS, 2010). Organizações de mulheres negras, indígenas e rurais cresceram consideravelmente ampliando os parâmetros da agenda do movimento. Essa disseminação das concepções feministas tem produzido resultados positivos em políticas públicas e aos poucos tem se inserido no imaginário e cultura popular diluindo, por um lado, as resistências ideológicas em relação ao feminismo, mas por outro lado, ampliando sua visibilidade para grupos de ódio que por vezes investem contra os coletivos (MATOS, 2010). Nesse contexto as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) se tornaram ferramentas estratégicas e fundamentais para atuação dos "novos feminismos” marcados pela horizontalidade dos discursos, práticas plurais e heterogêneas, articulação com setores diversos da sociedade civil e o uso das TICs. A Web 2.0 facilitou a criação e consolidação de redes entre coletivos e organizações feministas, permitiu o surgimento de novos grupos (como os que atuam no ambiente virtual através do Twitter, Facebook, Youtube, mas especialmente em blogs como Blogueiras Feministas, Blogueiras Negras, Transfeminismo, Que nega é essa?, Não me Khalo, Escreva Lola Escreva e outros), bem como colaborou com o desenvolvimento de novas estratégias e áreas de atuação impulsionando o processo de popularização dos feminismos. A associação entre teorias, práticas políticas e cultura digital, a partir de uma perspectiva interseccional, abriram espaço para discussões sobre a relação entre mulheres e as Tecnologias de Informação e Comunicação que associadas com outros marcadores, como geração, apontam para as múltiplas possibilidades oferecidas pelas TICs como campo privilegiado para atuação dos feminismos (FERREIRA, 2015; NATANSOHN, 2013). Os blogs, as redes sociais, a descentralização da produção de conteúdos promovida pela web 2.0 abriu caminho para que as feministas negras criassem uma ruptura com o racismo epistêmico e a ausência de representações positivas de negros e negras na mídia que impactam negativamente as subjetividades e autoestima da população negra (MALTA; BARRETO, 2016). Se multiplicam, por exemplo, os textos, imagens e tutoriais que valorizam uma estética negra através do incentivo ao abandono do alisamento dos cabelos e o uso do cabelo natural, dicas e produtos de maquiagem para peles negras, vestuário que tem inspiração na cultura africana/afro-brasileira e mesmo o surgimento e ampliação de espaços de lazer e cultura voltados para a juventude negra. Os feminismos em atuação na web buscam não apenas um espaço de compartilhamento e troca, mas principalmente formas de participação e intervenção nas agendas políticas da sociedade. Espaço de participação e visibilidade que grupos minoritários nem sempre conseguem por vias tradicionais como a grande mídia.
Texto completo
Creative Commons
Esta obra está bajo una licencia de Creative Commons.
Para ver una copia de esta licencia, visite https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.es.