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As relações entre aprendizagem e os processos de inclusão e exclusão socioeducativa
Juliana dos Santos Rocha, Marlene Rozek y Virgínia Dornelles Baum.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
A presente proposta se refere a uma investigação realizada com adolescentes em situação de vulnerabilidade social, na cidade de Porto Alegre, capital do estado mais ao sul do Brasil. Buscou-se compreender como a aprendizagem se relaciona com os processos de inclusão e exclusão socioeducacional. Para tanto fez-se uma análise de como os adolescentes, participantes da pesquisa, percebem seus processos de aprendizagem; investigou-se como os processos de aprendizagem contribuem para a inclusão e exclusão em todo o processo educativo; e, observou-se, a partir dos relatos dos sujeitos, situações de inclusão e exclusão no sistema educativo, considerando a aprendizagem como central no processo educacional. Participaram da pesquisa 10 adolescentes, entre 14 e 18 anos, moradores de uma comunidade que vive em situação de vulnerabilidade social, devido à falta de acesso a bens como: saúde, educação e lazer, e também, pela forte ação do tráfico de drogas na região. As premissas que embasam a proposta, no que tange à vulnerabilidade social, estão de acordo com a perspectiva do corpo teórico do materialismo histórico e dialético, considerando que o engendramento social produz situações de vulnerabilidade social, nas quais estão inseridos milhares de brasileiros. Em uma perspectiva mais filosófica, a aprendizagem é entendida como um processo humano, que ocorre ao longo da vida, considerando que os processos de aprendizagem são imprescindíveis na produção de humanização, mas, reconhecidos na atualidade, pela sociedade, como pertencentes apenas ao espaço escolar. Para a compreensão da adolescência, buscou-se a perspectiva sócio histórica, que tem uma visão não naturalista dos processos da adolescência, entendendo-a como um processo do desenvolvimento humano, com características que se constituem a partir das experiências sociais, culturais e históricas. A pesquisa é de cunho qualitativo e os procedimentos de coleta de dados se referem a grupos focais, realizados com os adolescentes, junto à técnica projetiva psicopedagógica par educativo. Do ponto de vista da análise de dados, utilizou-se a Análise Textual Discursiva, que prima pela impregnação do pesquisador no corpus, de forma a permitir que dele emerjam categorias trazidas pelos sujeitos da pesquisa. Quanto aos achados da pesquisa, compreende-se que os adolescentes tem dificuldade de perceber seu potencial para aprendizagem, de reconhecerem-se como aprendentes, o que está fortemente relacionado com um modelo escolar que não reconhece as aprendizagens que acontecem fora da escola e preparada para um público homogêneo, que chega na escola com recursos cognitivos e afetivos pré-estabelecidos. É possível perceber, ainda, que em espaços não formais de educação, com maior flexibilidade e acolhimento desses sujeitos, eles conseguem desenvolver maior potencial para aprender, a partir, também, do estabelecimento de relações mais positivas com quem ensina. Assim, os processos de inclusão e exclusão socioeducativa são fortemente perpassados pelos processos de aprendizagem, ao passo que aqueles sujeitos que apresentam maiores dificuldades para aprender acabam abandonando a educação formal e tendo maior dificuldade de inserção em uma sociedade baseada no trabalho, que exige cada vez uma formação maior e mais específica.
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