Atención

Búsqueda avanzada
Buscar en:   Desde:
Sexualidade, poder e hegemonia: entre o sujeito e a totalidade
Douglas Alves.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
O debate teórico sobre sexualidade está alicerçado na forte contribuição do feminismo, recebendo diferentes influências teóricas e epistemológicas. Dentre tais influências merece destaque as contribuições do Pós-Estruturalismo e da Teoria Queer, particularmente da obra de Michel Foucault e Judith Butler respectivamente. Se no âmbito dos estudos feministas o aporte marxista teve certa influência, ao menos até meados da década de 1980, nos estudos de sexualidade e populações LGBT essa influência é muito pouco expressiva. Este trabalho pretende apresentar a contribuição da obra do jovem Marx e de Antônio Gramsci para este debate em diálogo crítico com Foucault e Butler. Conceitos como biopolítica e poder disciplinar, bem como performatividade de gênero, podem ser inscritos nos marcos do materialismo dialético, apoiando-se no conceito gramsciano de Estado Integral. Como eixo de análise está o problema do sujeito na sociedade moderna capitalista. Ainda que os debates pós-estruturalista e queer tragam importante aporte ao evidenciar a construção do sujeito como efeito de relações de poder oriundas da cultura, dos discursos e dispositivos políticos, tal concepção parece estar demasiado centrada no sujeito como sujeitado. Sem recusar esta proposição, a formulação aqui proposta busca dar conta deste sujeito como apenas um momento no processo de sua constituição mesma, o sujeito em si. Isso implica em reconhecer a possibilidade de passagem ao outro momento, o sujeito para si. Para dar conta deste processo apresentaremos um breve modelo conceitual no qual os regimes de regulação que determinam a performance de gênero – determinante dos signos de masculinidade e feminilidade, heterossexualidade e homossexualidade – e apoiados na biopolítica e no poder disciplinar foucaultianos, podem ser comportados pelo aporte marxista. Desde uma perspectiva materialista, anti-mecanicista e anti-economicista, é possível identificar na materialidade de dispositivos, discursos e instituições que organizam e impõem, por vezes de modo coercitivo e violento, a performance de gênero a ser adotada, a relação contraditória entre discurso/ideologia/cultura e o indivíduo. Das contradições dessa relação deve-se depreender os momentos concretos de atrito entre o ideal normativo de gênero e as circunstâncias objetivas em que tende a se materializar sobre os corpos. Este é o ponto no qual se pode localizar aquilo que Gramsci chama de aparelhos hegemônicos, situados no Estado Integral ou Ampliado, como aparelhos que materializam e impõem a hegemonia da norma sexual e de gênero sobre os indivíduos. Com isso é possível recuperar a noção marxista de totalidade, situando a sexualidade e o gênero em seu interior e articulando os conflitos que daí decorrem com as relações de poder mais amplas, concretizadas no conflito de classes e no próprio Estado. Isso permite articular o debate sobre sujeito e sexualidade ao debate sobre Estado, classes sociais e emancipação.
Texto completo
Creative Commons
Esta obra está bajo una licencia de Creative Commons.
Para ver una copia de esta licencia, visite https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.es.