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Racismo na obra de Manoel Bomfim
Gislania De Freitas Silva y Larissy Leal Matias.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
A presente pesquisa visa elucidar alguns aspectos da questão racial na obra de Manoel Bomfim, situando-o dentro de um debate nacional sobre raça e miscigenação em finais do século XIX e início do século XX. Dialogando com o seu tempo, Bomfim foi um ferrenho opositor do racismo científico e enfatiza a herança colonial como causa principal dos problemas contemporâneos. Partindo do conceito de parasitismo social, o autor constrói uma análise inovadora do subcontinente sul-americano e de seus povos, uma vez que nega a primazia da raça na origem dos problemas sociais latino-americanos. Aponta o modelo espoliativo e predatório do regime colonial como as raízes sobre as quais se assentam os graves problemas sociais que enfrentam as jovens repúblicas, ademais do próprio modelo administrativo transposto das metrópoles para realidades tão distintas. Durante boa parte do século XIX e início do século XX, a intelectualidade brasileira dedicou-se à árdua tarefa de compreender o enigma Brasil. Sociedade de composição étnica variada, a mestiçagem figura como um dos elementos centrais das análises de nossa sociedade. Manoel Bomfim, médico e pensador brasileiro, escreveu sua obra de estréia A América Latina, males de origem (1905) no momento de acirrada disputa ideológica entre intelectuais, que usavam, predominantemente, jornais para alardear sua erudição científica. O racismo científico era o lastro que validava o conhecimento e o que destoasse acabava sendo reputado como inferior, para dizer o mínimo. O autor lança-se à compreensão da formação histórica e cultural da sociedade brasileira, não esquecendo os laços que nos ligam com os demais Estados nacionais e povos do continente. A explicação para o atraso reside em nossa constituição histórica colonial, não na matriz biológica que compõe o povo latino-americano. Reduzir a explicação a termos biológicos é deixar de lado o principal aspecto da composição dos problemas que nos afligem até os dias atuais: séculos de colonialismo político, econômico e cultural. Rompendo com o pensamento hegemônico, Bomfim lança sua tese de parasitismo social para refletir sobre a origem de nossos problemas sociais.
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