O presente estudo é fruto da pesquisa que vem sendo realizada a respeito da atual situação dos catadores (as) de materiais recicláveis que sobreviviam da catação do lixo no maior Aterro Controlado da América Latina, conhecido como Lixão de Gramacho, localizado no Brasil - estado do Rio de Janeiro no município de Duque de Caxias, que foi encerrado em junho de 2012, para atender o art. 54 da Política Nacional de Resíduos Sólidos – Lei 12.305/2010, e que apesar de ter sido envidado esforços iniciais do setor público para garantir a manutenção do trabalho de forma salubre e ambientalmente correta, dos catadores (as), através das ações nas diversas áreas das políticas públicas, além do monitoramento das questões ambientais do sub-bairro onde se localizava o lixão, o processo não vem ocorrendo. Tanto no que diz respeito ao despejo irregular de resíduos nas áreas do entorno onde se localizava o referido lixão, quanto na sua recuperação urbanística. Esta afirmação é produto do contato direto com os sujeitos da pesquisa via observação participante, bem como através da escuta, que têm nos permitido acompanhar as descontinuidades nas ações que deveriam promover e garantir trabalho e renda, assim como assegurar qualidade de vida para todos os envolvidos, uma vez que pela própria natureza do trabalho que desenvolviam, o estigma e a condição de exclusão social eram presentes, mas com o encerramento do processo irregular de despejo de lixo e do trabalho insalubre, perigoso e penoso, a ideia era transformar o quadro anterior, e promover condições dignas de trabalho e de vida para todos, no entanto, o que tem sido visto, é que tal fato não se efetivou e nem apresenta sinais de melhora, embora haja alguns movimentos de mobilização dos sujeitos para reverter a situação de descontinuidade atual.