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A juventude e o dilema da inserção no mercado de trabalho
Ana Patrícia Dias Sales y Francisco José Lima Sales Lima.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
Este trabalho é resultado de uma pesquisa desenvolvida com jovens beneficiários do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego – PRONATEC. O tema central está vinculado à atual configuração do mercado de trabalho frente aos processos de reestruturação do sistema produtivo vigente e às políticas de qualificação para inserção da população jovem no mercado de trabalho. O estudo objetiva compreender a relação entre o mercado de trabalho, o lugar que o segmento juvenil nele ocupa e a qualificação profissional. A pesquisa foi desenvolvida na Escola Estadual Berilo Wanderley, localizada na cidade do Natal/RN, no período de 2014 e 2015. A investigação se vale de um estudo de caso e se utiliza de dados primários, oriundos da aplicação de entrevistas semiestruturadas, bem como de fontes secundárias, como os relatórios fornecidos pela escola acima referida. Os dados levantados, após tabulados e analisados, indicam que os cursos ofertados legitimam a desqualificação da formação ao se caracterizarem pela simplificação do conhecimento. Além disso, os beneficiários pouco conseguem se inserir no mercado de trabalho por meio do curso adquirido e, quando isso acontece, ou ocupam postos de trabalhos precarizados ou atuam na informalidade. Logo, no que tange à qualidade do emprego, os sujeitos da pesquisa que conseguiram se inserir no mercado de trabalho da cidade do Natal, assumem ocupações como: garçon, ajudante de eletricista e vendedor. Essa população jovem, fazendo alusão a Castel (2001), foi, sobretudo, a mais atingida pelas mudanças processadas na sociedade desde os anos de 1970, que refletiram no emprego. Ela, além da pouca ou nenhuma experiência profissional, tende a vagar entre estágios, pequenos serviços e alternativas de sobrevivência no estado do Rio Grande do Norte. Com efeito, a população juvenil mergulha em uma crise de incerteza, instabilidade e vulnerabilidade. Ela oscila entre tempos de trabalho de curta duração e tempos de desemprego. Situação essa que, resgardadas as devidas diferenças entre um momento histórico e outro, entra em consonância com a existência da superpopulação relativa, que Marx (2006) classificou de população flutuante, latente e de estagnada. Assim, os Cursos de Formação Inicial e Continuada, ao menos na realidade analisada, estão distantes de colocar em maior percentual o segmento juvenil no mercado de trabalho da cidade do Natal, revelando a complexidade da questão que, entre outros fatores, requer um melhor entendimento da realidade do mercado de trabalho local, caracterizada pela inexistência de um parque industrial tradicional, mas com forte potencial econômico no setor de serviços, em particular no turismo. Com efeito, os cursos ofertados não possuem alinhamento com a demanda de um estado flagelado da região nordeste, como o Rio Grande do Norte (RN), onde os índices de pobreza e a taxa de desemprego figuram entre os piores do país.
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