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Cadeias globais de valor no contexto do empreendedorismo e governança urbana: um novo enfoque à questão da precarização do trabalho no capitalismo contemporâneo
Simone Wolff.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
Com a liberalização da economia, as corporações transnacionais tem recorrido sistematicamente a estratégias de offshoring, que concerne à externalização de grande parte das atividades de suas cadeias produtivas para vários países periféricos como um meio de escapar de altos salários, encargos sociais e conflitos trabalhistas, que são mais tradicionais nos países centrais, reconfigurando as antigas clivagens econômicas entre centro e periferia. Neste contexto, os arranjos institucionais dos sistemas produtivos e mercados de trabalho de cada país reverberam, cada vez mais, no domínio da divisão internacional do trabalho, ensejando formas disfarçadas de assalariamento que levam a processos de precarização de direitos e condições laborais em escala mundial. Pretende-se contribuir com este debate teórico se valendo da perspectiva de cadeias globais de valor. Esta proposição oferece um novo enfoque à questão da precarização do trabalho no capitalismo contemporâneo mediante uma metodologia que procura investigar relações de emprego subordinadas às empresas líderes globais, que se encontram dissimuladas pelas suas intermediações com as empresas nacionais. Dentro desta perspectiva, a hipótese que se levanta é que as atuais relações entre empresas globais e nacionais são facultadas pelas políticas públicas de desenvolvimento e geração de emprego e renda pautadas nas noções de empreendedorismo e governança urbana. Isto porque a perspectiva de livre iniciativa que as embasam, paradoxalmente, encobre sob o rótulo de empreendedor um novo modelo de relações casuais de salário que emana das cadeias globais de valor. Para tanto, tomar-se-á como objeto as Pequenas e Microempresas, visando identificar as suas conexões com as cadeias globais de valor e, por conseguinte, as relações de trabalho que lhes são subordinadas, tendo como alvo a forma pela qual essas políticas facultam as conexões das PMEs nacionais com as cadeias globais de valor. O foco nas PMEs foi delimitado em vista do entendimento de que as empresas deste porte vêm se configurando como um dos principais meios de concretização das partes externalizadas das empresas globais. O propósito é fornecer um percurso teórico-metodológico que permita revelar configurações laborais características deste padrão de internacionalização do capital, não contempladas por essas políticas. A questão norteadora é se suas ações vêm se efetivando conjuntamente com a ampliação de um mercado de trabalho de qualidade, entendido como aquele amparado por regulamentação trabalhista e acordos coletivos mediados por representação sindical com vistas à extensão da seguridade social, conforme os Princípios do Trabalho Decente da Organização Internacional do Trabalho, do qual o Brasil é signatário. Com isto, projeta-se, ainda, instrumentalizar investigações que se preocupam com a questão das novas conformações que a classe trabalhadora vem se revestindo desde a reestruturação produtiva ensejada pelas políticas neoliberais.
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