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Interdisciplinaridade e interseccionalidade: uma análise dos 10 anos de Pós Graduação em Gênero, Mulheres e Feminismo (PPGNEIM)
Maira Mano, Silvia Lucia Ferreira y Ivia Alves.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
Em 2016, completaram-se 10 anos do Programa de Pós Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo (PPGNEIM), o primeiro do Brasil nessa área, situado na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Estabelecendo como marco temporal esta década de produção do programa, apresentaremos uma análise acerca das teses de doutoramento defendidas até o momento. O objetivo foi compreender como as teorias feministas e estudos de gênero apareceram nas pesquisas ali desenvolvidas. Tal questionamento nos pareceu relevante para verificar de que maneira as/os estudantes de um programa pioneiro e interdisciplinar como o PPGNEIM e que são oriundas/os de graduações em áreas disciplinares conseguiriam incorporar as epistemologias feministas, apresentadas em disciplinas obrigatórias e optativas, em suas reflexões e quais tensões existiriam entre esta abordagem e aquelas mais afeitas aos cânones da busca da verdade e da objetividade científicas. Para tanto, realizamos a pesquisa documental debruçando-nos sobre as vinte e seis teses já defendidas no Programa. Entre os elementos examinados estão o tema de cada pesquisa, sua bibliografia – destacando as/os autoras/es mais citados – as palavras-chaves utilizadas nos resumos e suas linhas de pesquisa – no PPGNEIM há quatro delas: Gênero, Alteridades e Desigualdades; Gênero, Ciência e Educação; Gênero, Arte e Cultura; e Gênero, Poder e Políticas Públicas. Como um elemento adicional, também buscamos os locais de inserção profissional desses discentes após o término do Doutorado, com o intuito de compreender o impacto e relevância do Programa para suas vidas e para a sociedade. O resultado da análise bibliográfica demonstrou uma forte referência a livros e artigos já consagrados para a área de estudos de gênero e teorias feministas, sendo o mais citado de todos “Gênero, uma categoria útil para análise histórica”, de Joan Scott. Observamos também uma intensa leitura de Sandra Harding e Donna Haraway como uma forma de se aproximar de uma construção de saberes localizados e situados. Aprofundando o percurso de valorização de conhecimentos antes assujeitados, encontramos ainda diversas referências a autoras/es que podemos localizar no campo do pós-estruturalismo, em especial Michel Foucault, que fornece a base para produções posteriores contemporâneas de perfil identitários como de Judith Butler, Stuart Hall, Adriana Piscitelli e Guacira Lopes Louro. Por fim, percebemos uma emergência das teóricas feministas negras, cada vez mais citadas nos trabalhos de pós-graduação, o que decorre diretamente da presença de temas e sujeitos nesse espaço. Destacamos a utilização da perspectiva interseccional a partir de Kimberlé Crenshaw e de autoras já consagradas estadunidenses, como bell hooks, Angela Davis e Patricia Hill Collins, que também mobilizam a imbricação entre raça/etnia, classe social e gênero. Diante deste quadro, concluímos pela prevalência de perspectivas interdisciplinares e, quiçá, indisciplinadas.
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