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A elite eclesiástica neopentecostal
Caíque Bellato.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
Vivemos um tempo de mudanças. Esse é o diagnóstico da Sociologia Contemporânea. Apesar de saber-se central no processo reflexivo de compreensão da sociedade por ela mesma, a Sociologia não consegue enxergar na tempestade atual um futuro possível. O que virá a seguir não se sabe, porém já está claro o fim da energia utópica que guiou a sociedade nos últimos séculos. Já não se pode conferir centralidade ao mundo da produção e à ideia de uma sociedade regulada a partir do trabalho, como pensaram os autores clássicos. Está presente nas análises contemporâneas a consciência dos limites do Estado de bem-estar bem como da necessidade de se desenvolver um novo tipo de solidariedade social – que não dependa essencialmente do mundo produtivo. Em um momento em que o passado parece não mais iluminar o presente, as forças tradicionais da nação e da religião reclamam mais uma vez a participação no concerto da história. Dois faróis da democracia mundial acabam de mostrar que o percurso das nações ocidentais não é uma linha reta em direção a uma sociedade cosmopolita – como na aposta recente de pensadores do calibre de J. Habermas e M. Delmas-Marty. A última eleição presidencial nos Estados Unidos e a escolha popular pelo Brexit parecem sepultar a utopia – até então realista - de uma paz universal baseada em um Direito e uma sociedade civil internacional. À expectativa de um revival nacionalista em pleno século XXI, podemos acrescentar a centralidade que a ideia de religião tem assumido nos debates atuais. Da questão de integração social envolvendo a população muçulmana na França aos debates legislativos da Frente Parlamentar Evangélica no Brasil, é fácil destacar a relevância das categorias religiosas e a dificuldade em delimitar as esferas privadas e públicas. As discussões acerca das relações e limites entre religião e Estado nacional (centradas em conceitos tais como laicidade e secularismo) não passaram despercebidas pelas Ciências Sociais. No âmbito internacional, bem como no Brasil, tem sido produzida uma considerável bibliografia sobre o tema. No caso brasileiro, o fenômeno de maior destaque no campo da religião – e de forma peculiar também no campo político - é o crescimento das igrejas evangélicas, especialmente as chamadas neopentecostais. O presente paper pretende apresentar pesquisa em andamento sobre a elite eclesiástica neopentecostal. Esse grupo de intelectuais, bem como a sua agenda política, ganhou notoriedade nacional ao combater as chamadas liberdades individuais – em especial nas questões de gênero e sexualidade. Pretendo com a presente pesquisa investigar – nos termos de Bourdieu - a formação desse campo e dessa elite específica, analisando o processo de recrutamento, as narrativas biográficas, as lutas sucedidas no interior das próprias organizações eclesiásticas e demais pistas que possam levar a uma fecunda análise sociológica do grupo em questão.
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