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Movimentos sociais, ação direta, diálogo com o Estado e com a sociedade: um estudo de caso do movimento Tarifa Zero BH
Leticia Birchal Domingues y André Henrique De Brito Veloso.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
A crise econômica de 2008 iniciou um ciclo de manifestações pelo mundo, com elementos como a ocupação de espaços públicos, uso das redes virtuais de comunicação e recusa dos espaços institucionais tradicionais. Nesse ciclo se encaixam as manifestações de Junho de 2013 no Brasil, que possuíam uma forte pluralidade de bandeiras e ações, como a demanda pelo transporte público gratuito. Realizamos um estudo de caso do movimento Tarifa Zero (TZ), que surgiu durante Junho de 2013, em Belo Horizonte, e tornou-se um movimento de grande relevância em defesa da gratuidade do transporte público e da mobilidade urbana como direito social. Ademais, suas características como horizontalidade, publicidade das reuniões, uso de espaços públicos, articulação pelas redes sociais, a bandeira de expansão de direitos e participação nas instâncias estatais, foram elementos típicos deste ciclo. O presente estudo de caso, portanto, volta-se para a análise das formas de agir do TZ. Para tanto, construímos um histórico das ações do movimento a partir da bibliografia existente e das convocações realizadas por meio de eventos em sua página de facebook, desde sua origem até novembro de 2016. Realizamos, também, análise de conteúdo qualitativo dos dados coletados por meio de grupo focal com 9 integrantes do movimento. A escolha metodológica objetivou relacionar os dados obtidos por meio da coleta documental das ações convocadas, as interpretações coletivas, bem como narrativas e avaliações emergidas dos debates do grupo focal. Como resultados, percebemos que as ações do TZ são baseadas em um alto nível de pragmatismo e de busca de conquistas imediatas, de forma que seus integrantes percebem como válidas táticas bastante distintas, desde a interposição de medidas judiciais até ocupação de prédios públicos, passando pelas instâncias de participação popular. Apesar das ações dependerem do interesse específico dos indivíduos em realizá-las, já que inexistem mecanismos que obriguem sua execução, verificamos um padrão de consecução conjunta de ações voltadas (i) para os espaços formais do Estado, (ii) para a mobilização nas ruas e (iii) para a comunicação com a sociedade. Focamos a análise nessa tríade e percebemos que pode ser característica do relativo sucesso de ações propostas pelo movimento, uma vez que este escolhe o uso de todas as instâncias possíveis, formais e informais, mas não de forma exclusiva, aproveitando das possibilidades de cada uma. Paralelamente, a forte relevância da comunicação, baseada em um humor sarcástico, uso de memes e acurácia técnica do conteúdo relativo à mobilidade urbana, nas redes sociais e mídia formal, aumenta o alcance e dá transparência às ações. Por outro lado, encontramos limitações, como um grande dispêndio de energia no diálogo com o Estado, por vezes desproporcional aos resultados e uma dificuldade de mobilização da sociedade para ações diretas.
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