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Políticas de gênero e raça na educação infantil: experiências com a contação de histórias
Fabiane Freire França y Delton Aparecido Felipe.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
Atualmente há diversas políticas públicas no sistema educacional brasileiro que incentivam educadores/as a elaborarem estratégias para a problematização de diferenças sociais no espaço escolar. Tendo em vista essa abordagem, o presente texto tem como objetivo apresentar um relato de experiência didático-pedagógica utilizando a contatação de histórias infantis realizadas em uma escola localizada na região periférica do município de Campo Mourão no Paraná-Brasil. Optamos pela contação de histórias como um dos recursos para a abertura do diálogo com as crianças por acreditar que a escola é um espaço propício para ouvir e narrar histórias. As histórias selecionadas, tais como, “O menino que ganhou uma boneca” (BAPTISTONI, 2000), “Olivia tem dois papais”, (LEITE, 2010) e o ‘‘Menino Marrom” (ZIRALDO, 1986) apresentaram como tema central a desigualdade de gênero e a representação da população negra no Brasil. Para a coleta de dados da pesquisa utilizamos as observações participantes no ambiente escolar registradas no diário de campo, com o objetivo de compreender as representações de gênero e raça na infância, bem como, a maneira que as crianças constroem a visão de si mesmas e do mundo que as cerca por meio das interações estabelecidas no cotidiano escolar. As observações foram realizadas em duas salas de aulas da Educação Infantil que atendem crianças de quatro a cinco anos de idade. As literaturas selecionadas para a elaboração da contação de histórias foram apresentadas às colegas docentes da Educação Infantil, professora regente e professora auxiliar das turmas. A contação de histórias foi realizada pela professora regente da turma, estudante do curso de Pedagogia, com práticas oriundas de sua pesquisa de iniciação científica e das práticas de estágio do curso. Durante a coleta de dados, foram registradas as opiniões das crianças sobre o que consideram importante na questão da corporeidade, do que gostam de brincar e o que consideram como características de meninas ou meninos, entre outras. Os resultados da pesquisa apontaram que desde a infância as crianças definem espaços, objetos e brincadeiras diferenciados para meninos e meninas. Cabem aos meninos exercerem atividades de força, ação e imaginação e às meninas de cuidados, passividade e aceitação. No que diz respeito a raça, as falas das crianças reverberaram um imaginário social de estranhamento e não aceitação à população negra, sobretudo ao atribuírem características de beleza às personagens brancas das histórias. Nesse sentido, a pesquisa com a contação de histórias pode propiciar outras versões de gênero e raça que coloquem as diferenças em diálogo. Por fim, entendemos que as/os professoras/es precisam buscar outros recursos em suas práticas, inventando e reinventando ações que oportunizem e ampliem as possibilidades pedagógicas de um novo olhar para gênero e raça na Educação Infantil e em outros espaços educacionais.
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