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Regimes de administração da irrelevância científica em contextos "periféricos"
Fabricio Monteiro Neves.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
A geopolítica do conhecimento tem reforçado o imaginário científico a respeito da boa e má ciência, ciência avançada e ciência atrasada, centro e periferia. Nos espaços de prática científica instaura-se uma ordem mais ou menos aceita de procedimentos epistemológicos que percorrem instituições científicas, na maior parte das vezes tomando-os como garantidos. Tal ordem legitima a hierarquia da ciência, legando aos espaços de prática a condição periférica ou central. A legitimação, como argumentarei, passa por uma construção prática rotineira, disciplinada, incentivada, que reforça expectativas a respeito de como a ciência deve ser e o que ela deveria produzir. A prática, por sua vez, repercute aquelas expectativas sobre si mesma, no sentido de atribuir-se a condição de ciência de centro ou ciência de periferia, o que necessariamente traz outras consequências práticas. Em contextos supostamente periféricos o conhecimento é reduzido a uma condição de inferioridade vis-à-vis outros contextos. A prática cotidiana da ciência nestes contextos é orientada por valores e procedimentos, conscientes ou não, de subalternização. A isto dou o nome de periferização, processo científico com conteúdo valorativo e pragmático próprio, que será neste trabalho apresentado. Forma-se assim uma ordem científica depreciada, periférica e estável, um regime de administração da irrelevância. Este trabalho busca elencar alguns elementos da ordem científica de contextos supostamente periféricos de ciência, cujos cientistas experimentam e agem no regime de administração da irrelevância. Tais elementos foram identificados a partir de pesquisa exploratória e entrevista com interlocutores-chave (líderes de pesquisa) de grupos de biotecnologia no Brasil. Mais que expor e aprofundar os achados empíricos da pesquisa, buscaremos aqui trazer à tona os valores e os elementos contextuais que motivam, intencionalmente ou não, o processo de periferização.
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