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"Indios de verdade" e "indios de mentira": Identidade e Festa nas Tribos de carnaval
Jessyca Barbosa Marins y Luciana Oliveira Chianca.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
O presente trabalho é fruto de uma reflexão acerca da manifestação carnavalesca conhecida como Tribos de Índio, na qual seus praticantes apresentam uma tribo, composta por indígenas com diversas atribuições: cacique, pajé, feiticeiro, caçador, curumins, espiões, invasores e contramestres, mas também personagens carnavalescos como porta-estandarte e músicos. Nossa pesquisa foi realizada através da observação direta da Tribo de Índio Guanabara (Mandacaru, João Pessoa/PB), num bairro que hoje concentra três das dez Tribos de Índio da cidade. Pautados em sua performance durante um grande desfile/concurso público oficial realizado na cidade por ocasião do Carnaval, em seus ensaios e em diversas situações cotidianas, buscamos apreender sua percepção sobre a própria identidade e as possibilidades políticas do reconhecimento extraordinário de uma identidade indígena cotidianamente encoberta. Percebemos ali o reforço de um estereótipo de “índio”, bastante sintonizado com o imaginário comum que distingue “índios de verdade” (portadores de sinais diacríticos específicos), e “índios de mentira”- aqueles que esses sinais apenas em momentos especiais, como em processos reivindicatórios ou, neste caso, na festa. No entanto, como expressão do patrimônio imaterial do bairro de Mandacaru, a Tribo de Índio Guanabara representa um recurso suplementar à visibilidade e ao reconhecimento de uma identidade urbana, trabalhadora e pobre (pois seus integrantes assim se reconhecem e afirmam), conciliando uma identidade negra- que lhes interpela cotidianamente- com outra, “perdida”, que é preciso “resgatar”, segundo suas próprias falas. Deste modo, eles recorrem a autoridades do “saber indígena”- reconhecidas localmente como fonte de informação e inspiração, e produzem uma síntese performática que envolvem elementos de uma suposta tradicionalidade indígena, com elementos outoctónes (como a Dança do Sapo e o ritual da Matança), englobando outros recursos musicais e dramáticos como seus imponentes Capacetes. Identificados como recursos técnicos e estéticos de outras linhagens culturais, estes últimos são valorizados em sua “tradição da boniteza”, permitindo a elaboração de uma performance espetacular ao mesmo tempo conforme e original, sintetizando esse falso paradoxo no desfile carnavalesco. Palavras-chave: Identidade; Carnaval e performance.
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