Este texto tem por objetivo analisar a influência política das organizações e coletivos constituintes do movimento de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) do estado do Espírito Santo (Brasil), na atuação das militantes e ativistas trans (travestis e mulheres transexuais). Partimos da teoria de frame analysis, a qual analisa a construção de 'quadros' cognitivos compartilhados, e como estes atuam como elementos organizadores das ações dos indivíduos para sua atuação nos movimentos sociais. Contudo, como tais quadros são gerados e modificados nas interações diretas entre as ativistas trans, e também, entre elas e os outros atores políticos envolvidos nas disputas, se faz necessário conhecer os espaços e sua importância nessa interação e construção. Desta forma, utilizamos as entrevistas com as ativistas trans do Espírito Santo em 2014, para mapear as iniciativas do movimento LGBT consideradas importantes pelas militantes. A análise do 'campo' político ajuda a compreender os espaços sociais em que ativistas formulam e trocam os conteúdos específicos que norteiam sua atuação política. A pretensão é auxiliar na compreensão dos formatos empregados de ação coletiva pelos movimentos sociais e como estes interferem na articulação entre ativistas e na formulação das agendas de direitos. Por conclusão, não pretendemos uma nova síntese teórica, mas discutir a viabilidade de realizar uma análise na qual recorremos a teoria praxeológica ('campo' social estruturado e estruturante) e a teoria interacionista ('quadros' cognitivos compartilhados), devido à complexidade do objeto.