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Pacto do silêncio: medo e vergonha
Elizabeth Da Silva Alcoforado Rondon Beth.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
Na busca de compreender o silêncio, que se constituí enquanto um dispositivo de poder, tomando como respaldo teórico os estudos de Foucault(1999) sobre poder. Procuramos no decorrer da pesquisa ouvir as vozes silenciosas e silenciadas durante um período considerável de tempo constituindo-se o que chamamos de pacto de silêncio/segredo, onde identificamos que há uma predominância de poder nos espaços familiares, mediante o abuso sexual recorrente. Contamos com a colaboração direta dos profissionais que atuam na qualidade de testemunhos indiretos do processo incestuoso, peritos que mediante uma escuta qualificada nos revelaram a triangulação entre abuso, o pacto do silêncio/segredo e a quebra do segredo. Sem embargo a partir destas falas pudemos nos aproximar da vivência da violência sexual, da gênese/construção do silêncio/segredo impetrado pela prática abusiva, sua reprodução e recorrência e o processo de rompimento deste segredo. Também contamos com a visão das vítimas, de vítima/discente e vítima/profissional que se apresentaram espontaneamente ao processo de pesquisa. O segredo se sustenta muitas vezes no binômio medo e vergonha que a vítima tem de encarar sua dor, sua situação de aprisionada no desejo do outro, a sociedade, a família e o próprio abusador. O medo é um catalisador da inércia, do enfrentamento da realidade. A paralisia posta pela quebra do ideário da figura masculina, seja esta representada pelo pai e padrasto, a mudança de papel de protetor para agressor, promove uma confusão na vítima e um deslocamento da realidade e fantasia para um outro plano que implica num silenciamento. O movimento incestuoso é complexo e envolve um trinômio entre desejo x traição x poder. O ato incestuoso inclui, contudo, a possibilidade de desejo (na perspectiva do pervertido), a não construção do interdito e a transgressão do e no contexto familiar. Os papéis são diluídos e trocados. O silêncio não é só da vítima, e os mecanismos para sua perpetuação encontram-se fincados na negação ou na refutação do ato. Falar de incesto é expor uma vergonha social. É desconstruir um mito familiar em sua base, pois o interdito do incesto não foi capaz de estruturar psiquicamente e socialmente esta família. O sentimento ou emoção traduzida em vergonha diante do contexto social, faz associar-se ao medo e a perspectiva de se manter viva em alguma dimensão e garantir a recorrência do abuso sexual, retroalimentado o segredo. Precisamos romper com esse silêncio que não é apenas das vítimas, mas se define como um silêncio social. Quebrar o pacto do silêncio, criando um NOVO PACTO: o pacto da denúncia, do alerta, da vigilância. Colocando-nos como co-partícipes nesta luta contra a impunidade, nos fortalecendo e fortalecendo nossa infância e adolescência. PALAVRAS CHAVES: Abuso sexual; medo; vergonha
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