Atención

Búsqueda avanzada
Buscar en:   Desde:
Raízes partidárias e participação da sociedade civil: um estudo comparativo nas cidades de Porto Alegre e Montevidéu
Alejandro Lezcano y Luciano Fedozzi.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
Este artigo tem o propósito de realizar um estudo comparativo entre o Orçamento Participativo de Porto Alegre e a Descentralização Participativa de Montevidéu, tendo como centro analítico o papel desempenhado pelos sistemas político-partidários no Brasil e no Uruguai. Nas duas cidades, os modelos participativos foram consolidados institucionalmente na década de 1990. Eles apresentam elementos em comum e acentuadas diferenças. No caso de Porto Alegre, a estrutura institucional da participação visou a uma maior democratização do orçamento público. Já em Montevidéu, enfatizou-se a descentralização de serviços para alcançar maior participação democrática dos cidadãos. Nos dois casos, existiu um papel determinante do Executivo Municipal, formado por novos governos de esquerda que alcançaram o poder pela primeira vez, a Frente Ampla (FA), em Montevidéu, de 1990 até o presente, e o Partido dos Trabalhadores (PT), em Porto Alegre, entre 1989 e 2004. Essas forças políticas podem ser classificadas como partidos de massas segundo a tipologia de Duverger (1980), isto é, com forte vínculos extra-parlamentares em diferentes organizações da sociedade civil. Estas forças políticas formaram-se em sistemas políticos com marcadas diferenças. Uruguai e Brasil apresentam casos antagônicos de institucionalização partidária. Por um lado, o Uruguai apresenta alta institucionalização partidária e elevados índices de apoio à democracia (Mainwaring e Scully, 1995). Já o Brasil aparece como um caso antagônico, pois tem o menor grau de institucionalização partidária da América Latina, apresentando um sistema partidário fragmentário, com baixa identificação entre seus eleitores. Segundo alguns autores, essas características gerariam um terreno propício para outros canais de organização coletiva e, de certa forma, explicariam o crescimento destas novas instituições no contexto brasileiro mais recente[1], pois os líderes da comunidade tendem a procurar outros canais de acesso para o Estado em lugar de confiar nos partidos (WAMPLER, 2011, p. 153). A investigação pretende oferecer elementos que auxiliem a responder a seguinte pergunta: até que ponto a natureza distinta dos sistemas partidários do Brasil e do Uruguai e suas ligações com a sociedade civil e o Estado afetam a criação e o funcionamento das novas Instituições Participativas? Na análise, buscamos romper com a dicotomia normativa que separa a sociedade civil da sociedade política, presente em grande parte dos trabalhos acadêmicos sobre Instituições Participativas no Brasil. A investigação tem por base fontes secundárias e fontes primárias obtidas mediantes entrevistas com integrantes dos Conselhos de Vizinhança, em Montevidéu, e com Delegados do Orçamento Participativo, em Porto Alegre, [1] O Brasil, no final do século XX, tranformou-se em um dos países com maior número de práticas associativas da América Latina (AVRITZER, 2008).
Texto completo
Creative Commons
Esta obra está bajo una licencia de Creative Commons.
Para ver una copia de esta licencia, visite https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.es.