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Revolução democrática, revolução socialista e contrarrevolução em Florestan Fernandes: diálogos com a teoria social e política contemporânea
Alexander David Anton Couto Englander.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
Este trabalho pretende fazer uma exposição de como a noção de “revolução”, no Brasil e na América Latina, aparece na obra de Florestan Fernandes. Para tanto, o objeto sociológico da pesquisa não é o país ou a região, mas o capitalismo, tal como se apresenta no país e na região. A pesquisa parte da premissa de que em Florestan Fernandes o problema da revolução concerne a duas questões distintas, que podem ou não ser conjugadas: a questão da justiça social, compreendida como a superação dos padrões de extrema concentração de poder e riqueza; e a questão do desenvolvimento econômico, que pode ser entendido em dois níveis distintos: definido como potencialização dos dinamismos próprios ao capitalismo dependente ou como superação da dependência, seja por meio da constituição de uma situação típica de capitalismo avançado ou através da formação de uma sociedade socialista. Por isso, ao contrário de outros estudos que separam o tema da revolução do tema da democracia, esta investigação pensa a democracia conjugada à revolução – como revolução democrática, que ao lado da revolução socialista constituem duas vias e concepções distintas para o igualitarismo e a justiça social. O desenvolvimento econômico, pensado como desenvolvimento das forças produtivas, pode ou não ser historicamente conjugado com a acumulação de capital, a democracia e/ou socialismo. Como essas são questões que permanecem mal solucionadas na América Latina contemporânea, levanto a hipótese da atualidade teórica das noções de “revolução democrática”, “revolução socialista” e “contrarrevolução” elaboradas por Florestan Fernandes. E, nesse sentido, articulo relações dessas noções com a teoria sociológica e a teoria política contemporânea e, na dimensão da práxis, com o processo histórico do presente. Embora este estudo não reivindique a autonomia do texto sobre o contexto social, o foco da análise recairá sobre o “produto do trabalho simbólico” de Florestan Fernandes, as ideias por ele elaboradas e a relação delas com “as múltiplas conexões de sentido” que “podem manifestar na sociedade, dependendo das circunstâncias históricas e da força social que assumem em relação a diferentes fatores, materiais e imateriais” (Bastos & Botelho, 2010, p. 915). Ainda, associada ao seu poder de influência sobre a reflexão e a ação dos atores (Giddens, 1978), as ideias também serão pensadas em seu desafio hermenêutico de interpretação das relações e configurações sociais, considerando os ganhos heurísticos – para a análise sociológica – das noções e conceitos elaborados. A análise dos diferentes textos de Fernandes traz, por vezes, a repetição de temas. A aparente redundância não deve obliterar o adensamento conceitual e heurístico presente no decurso da trajetória teórica do autor. A consideração dessas dimensões implica no reconhecimento de uma sociologia histórica formulada por Florestan Fernandes, portadora de desafios analíticos capazes interpelar a prática intelectual e política, em diferentes contextos históricos.
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