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Erro no trabalho: concepção de caminhoneiros sob a lógica da gestão gerencialista
Luciano Messina Pereira Da Silva Luciano Messina, Roberta Cristina Sawitzki Roberta Sawitzki y Carmem Lígia Iochins Grisci Carmem Grisci.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
O mundo do trabalho se vê permeado pela lógica da gestão gerencialista, que prima pela excelência e sucesso constantes. Ao trabalhador cabe a gestão de si, a fim de dar conta das exigências dessa lógica produtivista (GAULEJAC, 2007). O fundamento da gestão gerencialista condiz com a necessidade de fluidez, de movimento constante, de ausência de paragens. Um erro viria a forçar a diminuição da velocidade e, consequentemente, da produção. Frente a essa lógica, que busca rentabilizar as características pessoais ao exercício do trabalho, entende-se que analisar as questões relativas à ocorrência de erro no trabalho e a seus desdobramentos para o trabalhador se mostrariam relevantes. Diante da importância econômica da profissão de caminhoneiro e da pouca valorização social desta categoria, entendeu-se oportuno investigar estes profissionais. Considerou-se também que estes estão sujeitos às pressões da gestão gerencialista, que coopera para o surgimento de fatores contribuintes para a ocorrência de erros, cujas consequências podem ser apenas materiais de pequena ordem, mas também sociais e psicológicas (GREASON, 1990; 1998; 2000; ROUSE; ROUSE, 1983; MITTELSTAEDT JR., 2005; SILVA, 2009). Esta pesquisa objetivou identificar e analisar a concepção de erro na ótica de caminhoneiros tomando-a sob a lógica da gestão gerencialista, por meio da realização de pesquisa de caráter exploratório e de natureza qualitativa. Através dos relatos colhidos de 10 motoristas de veículos de carga, com experiência profissional variando entre 7 e 42 anos, é possível perceber, dentro de sua visão, as condições de trabalho precárias as quais estão sujeitos, além das pressões de tempo, a baixa qualidade de vida e os riscos incorridos no exercício da profissão. A noção de erro dos entrevistados está muito relacionada aos acidentes de trânsito, com danos tanto materiais quanto pessoais (de ordem econômica, social e psicológica). Erros estes provocados por imprudência, pressa, cansaço, distração, falta de atenção ao trânsito, falta de paciência dos motoristas. Os temas “urgência” e “velocidade” parecem estar relacionados com as causas de erros, havendo uma conjunção de fatores contribuintes para que estes ocorram, e para que os meios de evita-los estejam fora da alçada dos caminhoneiros, pois as pré-condições para sua ocorrência surgiram antes do motorista entrar no caminhão (AMARAL, 2010; CONNOR et al., 2001; DE SOUSA FERREIRA; ALVAREZ, 2013; KNAUTH et al., 2012; TAYLOR; DORN, 2006). Obviamente que o assunto não se esgota. Entende-se como oportuno buscar realizar novos estudos que deem conta de investigar: a) as alternativas que o trabalhador possui para lidar com a culpa de ter incorrido em um erro; b) dispositivos de controle potencializam a cobrança pela gestão de si; c) estratégias para não se deixar cegar pela lógica da gestão gerencialista.
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