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O silêncio como dispositivo de poder
Elizabeth Da Silva Alcoforado Rondon Beth.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
Este artigo é resultado da tese de doutorado em sociologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e intitula-se O poder nos muros do silêncio: abuso sexual, segredo e família. Nele, procuramos compreender o silêncio como dispositivo de poder, nos casos de abuso sexual intrafamiliar. Neste sentido, fizemos uso dos depoimentos dos técnicos dos CREAS e de uma vítima, na época, com 28 anos, que apresentou sua história de abuso, silêncio e superação dessa violência. A Violência Doméstica/Intrafamiliar caracteriza-se pela manifestação das violências física, sexual e psicológica; a negligência dos cuidados; e o trabalho infantil. Historicamente a violência física tem sido privilegiada nos estudos sócio-antropologicos como a forma característica da violência, embora travestida de medida educativa. No caso da violência doméstica/intrafamiliar existe uma condição sine qua non para sua realização, a consanguinidade ou parentesco entre agressor e vítima. A violência doméstica apresenta-se dentro de uma dinâmica de poder que se espalha numa velocidade incomensurável, do espaço social comum à realidade concreta dos corpos. Sendo assim, podemos considerar a violência doméstica como uma prática que é ao mesmo tempo legítima e legitimada pelas expressões de poder instituído ou instituinte na realidade concreta das famílias. A violência doméstica sob a égide da componente sexual pode ser subdividida em abuso sexual e exploração sexual. Esta pesquisa privilegiou a violência sexual a partir da modalidade denominada abuso sexual. No caso da violência doméstica expressa no abuso sexual, essa nos coloca num duplo complexo: violência intrafamiliar e o incesto. Neste último componente as famílias são levadas a calar como um segredo de família. A categoria incesto vai de encontro com todo ideário de família, visto que foi socialmente construído para o interdito e o limite dos corpos para a construção de uma família “regular” ou “estruturada” e a manutenção do tabu do incesto atuaria como elemento de sociabilidade e definição de laços de parentescos. Buscamos penetrar e compreender o muro do silêncio para que possamos atravessar para o lado sombrio, esquecido, submerso do fenômeno para, então, enxergar o pacto do silêncio, uma paisagem construída e fortalecida na malha do poder que envolve o abusador /abusado e demais familiares. Nesse sentido, os conceitos de poder, contra-poder, segredo, gênero e família estão irremediavelmente articulados para o entendimento das relações estabelecidas entre vítima/abusador, família/abusador, vítima/família. Teoricamente apoiamos nos estudos de Foucault, na busca de compreender como silêncio/muro do silêncio/pacto do silêncio se apresenta como um dispositivo de poder utilizado pelo abusador e pela vítima, na garantia de manutenção a partir do segredo da estrutura familiar. Tal investida irá colaborar sobremaneira para o fortalecimento da prática de pesquisadores e equipe multidisciplinar que atua diretamente com a temática. Palavras Chaves: Abuso sexual. Silêncio. Poder.
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