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Movimentos sociais, ideologia e resistência: a prática política do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
Ilse Gomes Silva.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
MOVIMENTOS SOCIAIS, IDEOLOGIA E RESISTÊNCIAS: a prática política do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. GT 19 – Acciones Colectivas y Movimientos Sociales Este texto é fruto da pesquisa em que se analisou a contribuição do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra/MST para a construção de uma ideologia da classe trabalhadora e que elementos da ideologia dominante foram reconfigurados pela crítica e pela prática política do movimento. Aborda o processo de enfrentamento da ideologia dominante e, consequentemente, a construção de uma ideologia da classe trabalhadora presente na prática política e de resistência do MST. As ideologias possuem uma base material, conforme dizia Marx na Ideologia Alemã, que determinam as representações do mundo em que vivemos. Na sociedade capitalista, a classe que detém a propriedade dos meios de produção garante a reprodução de sua concepção de mundo, transformando suas ideias e interesses particulares em universais. Entretanto essa “conexão materialista dos homens entre si” é difícil de ser percebida pela classe trabalhadora, do mesmo modo que as relações de dominação, que são naturalizadas. O questionamento da ideologia dominante surge no processo de resistência política dos movimentos sociais nos mais diversos campos de ação da luta de classes. O MST surgiu em 1984, em Cascavel, Paraná, fruto de várias experiências de mobilização pela reforma agrária. Embora sua marca seja a luta pela reforma agrária, sua ação política vai além dos limites do campo, ao colocar para a sociedade o debate político ideológico de questionamento do capitalismo. Por esse motivo a classe dominante tem se esmerado em demonizar o MST e justificar a repressão, enquanto o Estado brasileiro se omite diante da ação violenta e criminosa dos latifundiários. Na prática política de resistência do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra – MST é possível encontrar elementos para a construção de uma ideologia da classe trabalhadora, que podem ser identificados em sua prática cotidiana de luta onde se destacam os rituais de mística, as músicas, a valorização de seus companheiros e lideranças, a gestão democrática, dentre outros. A ideologia dominante interpela os trabalhadores rurais sem-terra como criminosos e transforma as suas ações políticas em caso de polícia, Entretanto, o MST, em sua prática social, constitui os trabalhadores sem-terra como sujeitos que se reconhecem como membros de uma classe explorada pelo capital. O sujeito à medida que é sujeitado também se qualifica para qualificar, e o MST, através dos recursos pedagógicos, culturais e políticos que constrói, vai realimentando as convicções de luta e fortalecendo os laços de solidariedade. Vivencia, no seu cotidiano, a utopia de construir um mundo melhor e de alcançar a vitória em sua luta pela reforma agrária.
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