Atención

Búsqueda avanzada
Buscar en:   Desde:
A notícia do crime: as representações sociais do assassinato de mulheres nos jornais cearenses
Ana Julieta Parente Balog.
XXXI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. Asociación Latinoamericana de Sociología, Montevideo, 2017.
Resumen
A tipificação do feminicídio como crime hediondo no Brasil, em 2016, deu-se após um longo e permanente período de luta pelos direitos das mulheres e da erradicação da violência doméstica e familiar da qual elas são as principais vítimas. A mídia tem desempenhado um importante papel em prol desses direitos e na problematização dessa modalidade de violência. Contudo, é instituição social, portanto contraditória: não raro, tem contribuído para minimizar a gravidade dos fatos, quer quando trata a violência contra a mulher como algo localizado e pontual ou quando a normaliza. O presente trabalho tem como objetivo entender as representações veiculadas nos jornais cearenses acerca do assassinato de mulheres, o feminicídio, a partir da análise das notícias veiculadas. Para tanto, realizou-se uma análise documental: foram selecionadas as notícias sobre esse tipo de homicídio impressas nos jornais de maior circulação do estado, O Povo e Diário do Nordeste, publicados entre março e setembro de 2015, totalizando 428 periódicos. Visando caracterizar a forma como as notícias são veiculadas foi feita uma análise de conteúdo temática, na qual as mesmas foram agrupadas a partir dos seguintes parâmetros: quantidade de repetições, o espaço que ocupavam no jornal, se possuíam imagens, se foram manchete no dia de sua veiculação etc. Posteriormente, foi realizada análise com base nos parâmetros estabelecidos por Bardin (1977): pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados e interpretações. Foi utilizando também a teoria das representações sociais de Moscovici (2005) e Jodelet (2001). Assim, após sistematizar e analisar as representações implícitas nas notícias, concluiu-se que elas normalizam o comportamento dos agressores e não problematizam os casos veiculados, e.g., palavras-chave como “ciúmes” e “inconformado”, inferências sobre traição ou separação se apresentam como possíveis explicações para a violência nos textos. Destarte, ao serem impressas dessa forma, tais notícias, corroboram a perpetuação da violência contra a mulher.
Texto completo
Creative Commons
Esta obra está bajo una licencia de Creative Commons.
Para ver una copia de esta licencia, visite https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.es.