Esta pesquisa analisou o trabalho feminino terceirizado do serviço de conservação e limpeza na Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Teve como objetivo entender como as mulheres trabalhadoras terceirizadas percebem-se nos cenários de terceirização e observar as características referentes à qualificação dessas trabalhadoras, tipo de vínculo com a empresa, condições de trabalho e remuneração. Foi analisado como se dão os processos de consolidação de relações precárias dentro do espaço universitário e, paradoxalmente, apesar da constatação objetiva de tais características, observou-se como deu-se o processo de construção subjetiva de compreensão valorativa dessas mulheres de suas condições enquanto trabalhadoras juntamente aos seus espaços familiares e de socialização. O recorte de gênero foi determinante dado que grande parte dos espaços de trabalho referentes à conservação e limpeza é realizado por mulheres. Este contingente de trabalhadores/as está assim distribuído: postos em serviços diretos de limpeza 191, sendo 176 mulheres e 15 homens; e, postos de supervisão: 06, sendo todas mulheres. De acordo com o Dossiê Terceirização e Desenvolvimento/2014 (Central Única dos Trabalhadores), no Brasil, foram contabilizados 12,7 milhões de trabalhadores assalariados terceirizados, percebendo remuneração, em média, 24,5% menor que dos trabalhadores diretamente contratados. Foi importante observar se, mesmo nessas condições laborais, as trabalhadoras ainda conseguem ter condições de autonomia financeira e ditar suas próprias vidas. Verificou-se como se percebem e como se identificam enquanto mulheres no mercado de trabalho exercendo uma profissão considerada pela literatura sociológica um exemplo de trabalho precário. O empoderamento pode ser compreendido enquanto condição de adquirir habilidades, conhecimentos e controlar forças pessoais para obter melhores condições de vida, procurando entender como se sentem influentes nesses processos de melhoria. Analisou-se ainda a trajetória familiar das trabalhadoras terceirizadas em função de uma possível autonomia dentro da unidade familiar, considerando a história de vida dos sujeitos da pesquisa. A metodologia de pesquisa aplicada a este trabalho seráquantitativa e qualitativa. Foi feito mapeamento dos postos de trabalho tendo por bases os recursos documentais ofertados pela instituição educacional e pela empresa contratada. De posse do mapeamento, foram realizadas enrevistas com quatro funcionárias. Inicialmente foram realizadas entrevistas para traçar o perfil pessoal e profissional das trabalhadoras - considerando aspectos pregressos e atuais. É de interesse futuro desta pesquisa aplicar o formulário estruturado para a totalidade das trabalhadoras da instituição. O detalhamento para traçar este perfil abrangeu: ocupação e escolaridade dos pais, naturalidade, religião, estado civil, idade, formação profissional, grau de escolaridade, número de filho, renda familiar, local e tipo de moradia.