Neste artigo, avaliamos as potencialidades e os limites do projeto de extensão Tecnologia Social em Assentamentos da Reforma Agrária (TecSARA), fruto da parceria entre o Núcleo de Solidariedade Técnica (Soltec/Nides/UFRJ) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O projeto tem como objetivos atuar na construção de um novo paradigma tecnológico para fortalecer a luta pela reforma agrária popular e contribuir na formação dos estudantes em uma perspectiva crítica da tecnologia, por meio de um processo de reflexão e prática em acampamentos e assentamentos no estado do Rio de Janeiro. Analisamos, neste trabalho, dois cursos de extensão realizados em um acampamento e um assentamento tratando dos temas do acesso à eletricidade e ao saneamento, a partir do desenvolvimento de um protótipo pedagógico e funcional. Para embasar a análise, além de um panorama sobre as políticas públicas nessas áreas, desenvolvemos uma revisão bibliográfica com base em dois conceitos-chave do projeto: Tecnologia Social e Engenheiro Educador. A reflexão apresentada neste trabalho, embebida de revisão teórica e experiência prática, busca contribuir para uma trajetória em direção à democratização do processo de desenvolvimento tecnológico e na aproximação da universidade das demandas dos movimentos sociais, particularmente no âmbito da luta pela reforma agrária popular.