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Tiresia: corpo, emoções e os sentidos da deficiência no cinema
PEREIRA DE SOUZA CORREIA Luiz Gustavo - Universidade Federal de Sergipe.
VII Jornadas Santiago Wallace de Investigación en Antropología Social. Sección de Antropología Social. Instituto de Ciencias Antropológicas. Facultad de Filosofía y Letras, UBA, Buenos Aires, 2013.
Resumen
Nesta comunicação discuto Tiresia, filme francês dirigido por Bertrand Bonello, focando as relações de poder em torno do corpo e das emoções. A análise tem como base três eixos: o sentido da visão no imaginário ocidental e as representações sobre a cegueira; a deficiência e o discurso biomédico em torno dos conceitos de normal e patológico; e, por fim, o comportamento desviante, a exclusão social e as noções de corpo e gênero. Tiresia é uma transexual brasileira que se prostitui na França e que sofre um sequestro. Mantida amarrada, é ferida nos olhos e largada pelo seu sequestrador ao perder as características femininas e desenvolver aspectos físicos relacionados a um corpo masculino. Ela(e) é então recolhida e cuidada por uma família da região. Ao ter sua saúde restabelecida, passa a prestar consultas se utilizando da sua vidência recém-conquistada e a ser alvo de preces, cultos e procissões. A partir dessa narrativa fílmica, busca-se analisar o discurso da deficiência como uma retórica histórico-social, como conceito relacionado à autoridade e ao poder instituído do discurso biomédico, e como a imagem da alteridade deficiente vincula-se a representações naturalizadas e reproduzidas sócio-culturalmente sobre corpos “anômicos”, “disfuncionais” ou “desviantes”. O corpo é entendido como terreno dos sentidos articulados e intercambiados no contexto socialmente vivido, e que revela nas experiências narradas a vivência cotidiana da cegueira permeada por conflitos. As emoções reveladas pelos personagens são vias de interpretação das elaborações simbólicas da cegueira e possibilidade de refletir sobre as experiências intersubjetivas do corpo no mundo social.