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Dr. Google, a Fluoxetina e o Cão com Depressão: crença e ciência na prática veterinária
JEAN SEGATA - UFSC.
VII Jornadas Santiago Wallace de Investigación en Antropología Social. Sección de Antropología Social. Instituto de Ciencias Antropológicas. Facultad de Filosofía y Letras, UBA, Buenos Aires, 2013.
  Dirección estable:  https://www.aacademica.org/000-063/68
Resumen
Nos últimos anos, temos assistido no Brasil um forte investimento em novas tecnologias voltadas a favor da saúde e da estética de animais de estimação. Tratam-se de novas técnicas, conhecimentos e equipamentos para diagnóstico e tratamento dos mais diferentes males veterinários. Foi nesse ínterim, que no trabalho de campo de minha pesquisa de doutorado, realizada a partir de pet shops e clínicas veterinárias do interior do Estado de Santa Catarina/Brasil que eu percebi um crescimento no diagnóstico e na medicalização de problemas neurológicos/psiquiátricos/psicológicos entre esses animais. Particularmente, refiro-me à ansiedade e depressão em cães, tratados com fluoxetina. Nessa apresentação, trato, a partir de uma perpepectiva da sociologia do ator-rede, da produção de cães depressivos a partir da tradução de conceitos biomédicos, o autodiagnóstico subsidiado pela web, a manipulação de fluoxetina nos laboratórios locais, o interesse e o crescimento dos mercados do segmento pet na região. Ao final, sustento que a caracterização desses problemas resultam de uma tensão entre a crença e a ciência na composição das práticas de médicos veterinários, ou seja, que esses cães com depressão são contingentes. O foco está na descrição de novos conhecimentos engendrados a partir do surgimento de novos conceitos, novas técnicas e novos sujeitos de conhecimento, apreendidos na forma de uma síntese sempre provisória. A importância desses cães com depressão, não figura aqui pelo seu valor de verdade, no sentido de serem, de fato, um fenômeno patológico reconhecido pela literatura médico-veterinária compondo novos índices epidemiológicos. O que eu considero interessante é que as pessoas se organizam em torno da sua existência.
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