O objetivo desta pesquisa é analisar criticamente como as obras de Sebastião Salgado atuam como forma de ativismo social e ambiental. Possuindo uma abordagem descritiva e interpretativa, de caráter qualitativo, foi empregada para compreender de que modo sua produção fotográfica transcende o registro estético e se converte em instrumento de denúncia e mobilização. A escolha do tema baseia-se na percepção de que a fotografia documental pode sensibilizar para causas sociais e ecológicas, e no entendimento de que, no caso de Salgado, esse engajamento também se materializa em ações práticas de regeneração ambiental por meio do Instituto Terra. A metodologia envolveu revisão bibliográfica interdisciplinar, análise de conteúdo de séries fotográficas como Êxodos (2000), Trabalhadores (1996), Outras Américas (1999), Gênesis (2013), Terres de Café (2015) e O Fim da Pólio (2003), além de entrevistas e do documentário O Sal da Terra (2014). Os resultados preliminares indicam que suas imagens unem a valorização da beleza cultural à denúncia das desigualdades e da degradação ambiental, revelando dignidade e resistência humanas mesmo em contextos de escassez extrema. Críticas à suposta “estética da miséria” contrastam com a análise realizada, que aponta a intenção de provocar empatia e reflexão ética. Também se constatou que o Instituto Terra, localizado no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, amplia o impacto de seu trabalho ao promover reflorestamento, recuperação de nascentes e capacitação comunitária. Conclui-se que a obra de Sebastião Salgado, associada a suas ações ambientais, evidencia o potencial da arte como agente de transformação social e ambiental, integrando sensibilidade estética e compromisso ético com a vida e com o planeta.