O Brasil possui a maior diversidade fúngica do mundo, abrigando uma gama de espécies de valor nutricional e potencial medicinal. Entre elas, destacam-se três fungos da ordem Agaricales: Pleurotus albidus (Berk.) Pegler, Lentinula raphanica (Murrill) J.L.Mata & R.H.Petersen e Agaricus subrufescens Peck, principalmente por seu parentesco com cogumelos de outros países que são comercializados com mais intensidade (Pleurotus ostreatus (Jacq. ex Fr.) P.Kumm., Lentinula edodes (Berk.) Pegler e Agaricus bisporus (J.E.Lange) Imbach, respectivamente). Como os cogumelos comercializados no Brasil são, em sua maioria, alóctones, seu custo de produção inclui ambientação adequada de substrato específico. Os cogumelos nativos da Mata Atlântica são adaptados ao ambiente e crescem em serrapilheira e troncos em decomposição, sendo essenciais para a ciclagem de nutrientes. Desta forma, o cultivo torna-se mais fácil em regiões onde as condições ambientais são semelhantes às da Mata Atlântica, poupando recursos e diminuindo o impacto durante a produção. Neste estudo, serão realizados testes de crescimento das três espécies de cogumelos endêmicos da Mata Atlântica supracitados coletados em diferentes localidades da região de São Roque – SP. Não serão usadas sacolas plásticas, energia e outros recursos que podem prejudicar o meio ambiente e encarecer o processo; ao invés disso, os experimentos utilizarão bateladas de substratos (serrapilheira coletada nas localidades sem e com resíduos orgânicos industriais). Até o momento, foram coletados micélios de duas áreas (Parque Natural Municipal Mata da Câmara e Centro Histórico e Turístico Brasital, ambas em São Roque - SP) nos meses de março a junho de 2025. Nos primeiros seis lotes de spawns, não houve frutificação no substrato escolhido. Houve frutificação de algumas coletas em câmara úmida. A continuidade da pesquisa terá como foco as tentativas de frutificação em novos lotes (12 placas de petri) e a discussão de hipóteses para a não frutificação.