Este trabalho investigou a percepção de estudantes de comunidades periféricas sobre o ensino superior, com foco numa Escola Pública situada na Região Metropolitana de São Paulo. A partir da análise de questionário estruturado aplicado em atividade voltada à reflexão sobre a continuidade dos estudos, a pesquisa revelou que esses discentes enfrentam diversas barreiras sociais, culturais e afetivas que impactam negativamente sua autoestima, motivação e visão de futuro, dificultando o acesso e a permanência na universidade. A influência do locus de controle externo, a pressão avaliativa e a falta de informações claras sobre políticas afirmativas contribuem para a invisibilidade desses jovens no ambiente acadêmico. Fundamentada nas teorias de Bourdieu e Passeron sobre a reprodução das desigualdades sociais pela escola e na perspectiva libertadora de Paulo Freire), constatou-se a importância da autoeficácia como fator decisivo para a superação dos ciclos de exclusão educacional; e a necessidade de práticas pedagógicas que valorizem o protagonismo estudantil, que promovam o acolhimento e a aproximação das universidades com a comunidade escolar, fortalecendo a crença dos estudantes de que podem e devem ocupar o espaço do ensino superior.