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Reconhecimento Social pela Prática Educativa
Godinho, Josiane Machado. - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS.
Lacerda, Miriam Pires Corrêa de. - Universidade LaSalle.
1º Congreso Internacional de Ciencias Humanas - Humanidades entre pasado y futuro. Escuela de Humanidades, Universidad Nacional de San Martín, Gral. San Martín, 2019.
  ARK: https://n2t.net/ark:/13683/eRUe/kXu
Resumen
Este estudo tem por objetivo compreender o sentido da escolarização para os/as jovens em situação de rua e como se dá a construção do vínculo de pertencimento com a Escola a qual frequentam. A Instituição em questão é a Escola Municipal Porto Alegre (EPA), mantida pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre/RS - Brasil, na qual são atendidos, além desses jovens, moradores/as de abrigos e de comunidades distantes da região central. Para essa pesquisa, utilizei a metodologia qualitativa com abordagem tipo etnográfica que, por ter uma vinculação com a área educacional, preocupa-se com os processos educativos. Segundo Alberto Melucci (2005), tal metodologia, epistemologicamente ligada às pesquisas de cunho social, ancora-se principalmente na mudança de ponto de vista a respeito da relação entre o/a pesquisador/a e o objeto. Ressalto que adotei alguns procedimentos técnicos próprios da pesquisa etnográfica como a observação participante e as entrevistas, sem perder de vista a dimensão pedagógica do estudo. Realizei a pesquisa com jovens estudantes que se encontram em situação de rua, professores/as e equipe pedagógica e diretiva da Escola, dentro do próprio ambiente escolar, valendo-me das influências do meio para entender os fenômenos contextualmente. Essa busca pela escolarização e pelo espaço institucional é, antes de lutar por um direito que lhes fora negado e o espaço em questão, pensado para pessoas em extrema vulnerabilidade, proporciona uma outra maneira de relacionar-se com a vida, com seus direitos, com o outro. Com seu caráter genuinamente escolar, consegue operar na luta pelo reconhecimento social dos/as estudantes, com ideais fora dos padrões da rede a qual atende, contrapondo o lado mais pesado da balança. As condições de desigualdade que vivem os/as estudantes em situação de rua, ligadas às experiências de maus-tratos, discriminação e desrespeito, é diretamente relacionada à ausência de reconhecimento social, apontado por Honneth (2003), ou seja, não somente a extrema pobreza é o principal motivo das lutas que combatem cotidianamente. Há situações conflitivas enfrentadas por esses/as jovens que geram, frequentemente, experiências de exclusão e menosprezo. Essas e outras situações de desrespeito enfrentadas pelas juventudes em situação de rua, indicadas pelo mesmo autor como uma forma de não- reconhecimento, são os primeiros passos para as resistências sociais. As lutas por reconhecimento podem, além de contribuir para importantes avanços, colaborar para a construção da autonomia dos sujeitos. Nessas situações que a EPA consegue repensar-se e intervir a fim de minimizar as injustiças sociais que vivem esses/as jovens – trazendo para a escola o direito a consultas médicas, o direito de ter documentos, de usar roupas limpas e de ser chamado pelo nome. Oportunizando um espaço de luta por reconhecimento social, que só ocorre porque, muitas vezes, esse reconhecimento não acontece. Assim, a EPA contribui para a emancipação através da educação, auxiliando na construção da autoestima dos/as estudantes, viabilizando o acesso aos seus direitos enquanto jovens cidadãos/ãs e possibilitando novas maneiras de relacionarem-se consigo e com o mundo.
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